Meditemos: deve o crente em Jesus participar das comemorações
alusivas à festa junina? Bem, creio que uma pessoa cristã evangélica não deve
participar das chamadas festas juninas ou “festa dos santos populares”.
Este último nome exprime tudo. A partir do ensino das
Escrituras Sagradas os crentes em Jesus não celebram, homenageiam, louvam,
cultuam, exaltam ou adoram seus conservos (Cl 4.7), mas unicamente a Deus. Nem
mesmo anjos merecem esse tipo de veneração (Ap 19.10; Ap 22.9). Esta
comemoração é cristã romana e não envolve o movimento evangélico. É celebrada
por católicos romanos e não por crentes em Jesus. É cultura? Sim, porém,
romanizada, paganizada. A mistura, o sincretismo religioso, é perigoso e
danoso.
Comemorada em muitas partes do mundo, tal festa aparentemente
pagã foi cristianizada na Idade Média aplicada a São João, por isso, Festa de
São João (festejado em 24/06). O conceito cristão romano incorporou ainda São
Pedro, São Paulo (ambos celebrados em 29/06, festa litúrgica também chamada
“Solenidade dos Santos Pedro e Paulo”) e Santo Antônio (comemorado em 13/06).
A veneração de santos é parte fundamental da teologia
católica romana. Crentes no Senhor Jesus não veneram ou preiteiam santos. Fogem
da idolatria disfarçada de homenagem. Seguem os mandamentos de Deus em Ex
20.3-5: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de
escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto;
porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais
nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”.
A festa junina remete a teologia romana dos santos. Os
cristãos evangélicos enaltecem Cristo como o único mediador entre Deus e os
homens (1 Tm 2.5). Como ensinou o Mestre em Lc 4.8, “está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto”.
O próprio homenageado nas festas juninas, o conservo Paulo,
ao abordar a mistura entre os cristãos de Corinto e as festas pagãs celebradas
a outros ídolos, ensinou: “Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma
coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor? Antes, digo que as coisas que
eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero
que vos torneis associados aos demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e
o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa
dos demônios” (1 Co 10.19-22).
Pense! O secularismo tem sido o responsável pela minimização
da não-participação de evangélicos nesse “lazer” e/ou pelos chamados “arraiais
gospel”. Se é lazer, é desdourado pela teologia romana. Se é “estratégia” não é
coerente com o ensino bíblico.
No ambiente familiar os pais devem orientar os filhos sobre o
significado desta Festa. Como crentes, devemos ensinar e não permitir a
participação ou participarmos desta festa cultural romana. É verdade que as
festas juninas pós-modernas não enfatizam tanto a veneração aos santos como
antes, todavia, não é mentira que a festa é destinada a venerá-los. Os cristãos
evangélicos devem fugir destes festejos!
E uma festa caipira? Bom, realizar esta festa nesse tempo
criará uma associação com a festa romana. Cristãos verdadeiros precisam ser
associados aos valores bíblicos eternos e não a festas romanas universais. O
ideal é que a festa caipira, como uma festa temática, aconteça em outros meses
do ano. Essa é uma posição moderada, prudente.
Fogueiras, pipoca, pé-de-moleque, danças, bolos de fubá,
quebra-queixo, canções, canjicão e outros símbolos foram incorporados a festa
romana, mas, em si, não são vedados. São resultado da obra criativa de Deus em
nós. Devem ser recebidos com ações de graças (1 Tm 4.3-4). O único cuidado
necessário é recebê-los fora do ambiente das festas
juninas.
Ângelo Vieira da Silva – ultimato online