Data:

Seja bem-vindo. Hoje é

quarta-feira, 22 de junho de 2016

AS FESTAS JUNINAS E A LIBERDADE CRISTÃ

Pr. Misael Nascimento

Um cristão protestante pode participar de festas juninas? Três respostas têm sido dadas a esta pergunta. Primeiro, há os que dizem “sim”, uma vez que entendem as festas juninas como celebrações cristãs. Afirma-se, nesse caso, que estamos diante de festejos ligados a personagens bíblicos tais como João Batista, Pedro e Paulo e isso, por si só, legitima tais festas como integrantes do calendário cristão. Essa é a posição defendida pela Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR).
Outros respondem com um absoluto “não”. Entendem que o modo como o Catolicismo Romano ensina sobre os santos não é bíblico. A Bíblia não prescreve nenhuma festa ligada aos profetas ou apóstolos, muito menos a nenhum ser humano canonizado pela igreja. Não há espaço para a crença em santos mediadores. Segundo as Escrituras “há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Essa é a posição defendida pela maioria dos evangélicos tradicionais.
Uma terceira resposta inicia com um “não”, afirmando que os cristãos evangélicos devem afastar-se das comemorações romanistas das festas juninas e, ao mesmo tempo, finaliza com um “sim”, abrindo espaço para a realização de arraiais gospel – festas caipiras evangélicas. Essa posição tem sido defendida por alguns evangélicos.
Aqui é recomendável lembrar as palavras do apóstolo Paulo:
Portanto, meus amados, fugi da idolatria. Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o que digo. Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo. Considerai o Israel segundo a carne; não é certo que aqueles que se alimentam dos sacrifícios são participantes do altar? Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor? Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou provocaremos zelos no Senhor? Somos, acaso, mais fortes do que ele? (1Co 10.14-22).
Um dos fatos a destacar é que, no texto em questão, Paulo trata da participação dos cristãos em refeições realizadas no contexto de rituais pagãos (Bíblia de Estudo de Genebra, 1. ed., 1999, nota 10.14, p. 1357). Sua convicção é que o cristão não deve participar de coisas ligadas à idolatria; tal ligação, em última instância, corresponde a uma “associação” com os demônios. Para o apóstolo, o problema era que os crentes, ao comer alimentos oferecidos aos ídolos, depreciavam sua comunhão com Deus na Santa Ceia, ou seja, agiam de modo inconsistente com a aliança, e, deste modo, provocavam o “zelo” do Senhor (1Co 10.18-22).
Isso pode ser transposto à questão das festas juninas por meio de um argumento de quatro pontos, qual seja:
A veneração aos santos da ICAR, por ferir não apenas a recomendação de 1Timóteo 2.5, mas também Êxodo 20.3-6, é idolatria.
As festas juninas, ligadas à veneração dos santos romanistas, são idólatras.
O cristão, de acordo com 2Coríntios 10.14, deve fugir da idolatria.
Portanto, o cristão deve fugir das festas juninas.
Anteriormente eu entendia que não havia problema em uma criança participar dos festejos juninos de sua escola. Hoje penso que o melhor é os pais explicarem a essa criança as razões pelas quais ela não participará da festa junina. É mais instrutivo, bíblico e edificante.
Mas, o que dizer da “alma caipira” que reside em nós, que nos motiva a acender fogueira, assar mandioca e batata-doce e comer bolo de fubá? Qual o problema, por exemplo, de realizar uma noite caipira ao som de modas de viola e, quem sabe, até brincar inocentemente de quadrilha evangélica? Ou criar uma “Festa dos Estados”, com barracas de comidas típicas ou algo semelhante, quem sabe até como estratégia para atrair visitantes?
Inicialmente, declaro meu respeito aos colegas pastores e irmãos em Cristo que não enxergam problemas na realização desse tipo de atividade. Eu mesmo já acreditei que isso podia ser feito sem prejuízos para o testemunho cristão e fiz isso de muito boa fé, com a alma sincera diante de Deus. No entanto, mudei de posição. Hoje, creio que a produção de versões evangélicas de festas juninas não é recomendável por algumas razões. Primeiro, porque estamos saturados de versões gospel de tudo: Temos uma quase inesgotável lista de práticas e “produtos” gospel. É preciso compreender que não fomos chamados a imitar o mundo e sim a transformá-lo (1Jo 2.15-17).
Em segundo lugar, há outro problema denominado associação. É possível que, ao participar de uma festa junina gospel, sejam feitas associações com o evento original, de origem e significado idolátricos – queiramos ou não, festas juninas estão ligadas às crenças da ICAR. Cristãos sensíveis podem sentir um desconforto inexplicável diante disso. Visitantes interessados na fé protestante exigirão explicações mais detalhadas sobre as razões da realização de tal noite caipira “calvinista”.
Sendo assim, parece-me mais adequado considerar as festas juninas evangélicas entre aquelas coisas que o apóstolo Paulo chama de lícitas, mas inconvenientes e não-edificantes (1Co 10.23). Nessas questão, pensemos primeiramente nos interesses do corpo de Cristo, e não nos nossos (1Co 10.24). Não sou contra comer bolo de milho, ou canjica, ou pé-de-moleque. Gosto de batata-doce assada na brasa e me delicio com um bom curau e uma música caipira de raiz. Desfrutemos dessas coisas, porém, na privacidade de nossos lares ou fora do contexto de festas caipiras nos meses de junho e julho. Não porque tais iguarias sejam pecaminosas em si, mas para evitar associações indesejáveis.
Somos livres para participar de festas juninas? Não. Ao participarmos de tais festas, nos ligamos em idolatria. Devemos realizar eventos caipiras gospel? Devemos participar de tais atividades? Também não. Nesse segundo caso, não porque haja idolatria envolvida, mas porque há o perigo de associações indesejáveis. O ideal é que fortaleçamos nossa identidade cristã, bíblica e evangélica, desvinculando-nos de qualquer aparência do mal (1Ts 5.22).
Fonte: Misael Nascimento Via: Creio e Confesso

segunda-feira, 6 de junho de 2016

EDUCAÇÃO DE FILHOS

Pr. Edison Queiroz

"6 Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. 7 Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. 8 Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa. 9 Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões." (Deuteronômio 6.6-9)
Os pais são instrumentos de Deus para preservar princípios, valores morais e éticos, principalmente os valores espirituais que mantêm o Reino aqui na terra. Por isso eles têm a grande responsabilidade de educar os seus filhos. Essa educação deve abranger diversas áreas, das quais separei apenas três:
1. EDUCAÇÃO BÍBLICA.
A Palavra de Deus é a verdade, e nossos filhos devem ser orientados de acordo com os seus princípios. O texto citado diz que Deus nos ordenou essas palavras e que devemos ensiná-las com persistência aos nossos filhos. São os valores de Deus, que mantêm a sociedade em harmonia. Porém, vivemos dias em que esses valores têm sido atacados por movimentos que querem controlar a sociedade com suas ideologias que, na maioria das vezes, são contrárias aos ensinos da Palavra. Por isso é que Deus manda aproveitar o tempo, e falar da Palavra aos filhos, sentado em casa, andando pelo caminho, e principalmente, colocá-la como base da nossa vida. Devemos ensinar aos nossos filhos os valores da Palavra para formar cidadãos que farão a diferença na sociedade.
Muitos pais entregam essa responsabilidade ao pastor, à igreja e à escola bíblica. Claro que a igreja tem uma parcela importante na educação cristã dos filhos, mas a responsabilidade e a parcela mais funcional pertencem aos pais vivendo e ensinando a Palavra de Deus aos seus filhos.
2. EDUCAÇÃO SOCIAL.
Devemos preparar nossos filhos para viver em sociedade, ensinando princípios básicos de respeito às autoridades, de honestidade, caráter, integridade, verdade, amor etc. Em uma comunidade egoísta, onde os valores estão distorcidos, precisamos desenvolver uma geração que faça diferença e que comece a transformar a sociedade. Nossos filhos terão um papel fundamental no processo de mudar a futura geração.
3. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL.
Como pais, temos a responsabilidade de educar profissionalmente os nossos filhos. Algumas pessoas não dão importância à formação profissional de seus filhos e os deixam sem escolaridade. As crianças precisam frequentar as escolas, serem acompanhadas e influenciadas positivamente pelos pais. Um exemplo bem interessante é o do pai da ex-Secretária de Estado dos Estados Unidos da América, Condoleezza Rice, no governo do presidente George W. Bush. Seu pai desde a sua infância sempre a influenciava, dizendo que um dia ela seria uma grande líder na sociedade norte-americana. Isso numa época em que havia um negativismo entre os norte-americanos de descendência afro-americana, achando que nunca poderiam alcançar posições de destaque. Mas esse pai, sempre acreditou que era possível, trabalhou, educou e influenciou sua filha e ela chegou a uma posição elevada.
Podemos e devemos fazer de nossos filhos pessoas que transformarão a nossa sociedade. Ainda resta uma esperança para a nossa nação, e podemos ter uma grande influência nessa mudança.